Ei Mulher, você sabia que sua vocação é grandiosa diante de Deus?

Ei Mulher, você sabia que sua vocação é grandiosa diante de Deus?

Quantas vezes nós mulheres temos vivido uma vida sem sentido, perdida no tempo e na missão pessoal. Afinal de contas, qual é realmente a nossa vocação? O que a Santa igreja realmente nos indica?

A carta apostólica ‘Mulieris Dignitatem’, escrita por São João Paulo II relata a importância da mulher e a sua dignidade.

Na carta expressa o quanto mais a mulher se permite ser guiada pelo Espírito do Evangelho muito mais chances terá a humanidade em não decair.

Pare e reflita sobre o que São João Paulo II propõe, de fato é maravilhoso diante do contexto “valorização da pessoa feminina”, entretanto, mesmo diante de tal seriedade no assunto e valorização dada pelo Santo Padre, devemos abraçar de todo coração essa missão que nos compromete por inteira.

Ok, mas que missão é essa?

É ofertar a nossa vida em sacrifício de amor ao outro, é lembrarmos de que Deus nos fez únicas tanto fisiologicamente quanto psicologicamente e que essas tais características florescem de acordo com a nossa abertura ao amor e a vida, sermos mães é essa a nossa vocação, povoando o céu de forma natural ou espiritual.

Nunca foi fácil cumprirmos essa missão que somos destinadas, pois eu e você mulher sabemos muito bem que nossas vidas não são pautadas sob um contexto de “linha reta”, pelo contrário sofremos ondulações constantes, um dia estamos felizes e alegres outro dia estamos tristes e deprimidas.

Convivemos com uma batalha diária internamente em nós e externamente de nós para sermos aquilo que Deus quer, a fim de corresponder o real sentido de nossas vidas, o fim último de nossa história.

Existe em nós o dom a receptividade e uma autodoação que nos foi dada desde o nosso nascimento, porém, devemos desenvolvê-las para estarmos prontas a nos encontrarmos com o outro.

” A maternidade tem, no mundo das pessoas, o cunho de uma perfeição espiritual particular: a geração no sentido espiritual e a formação de almas.” [1]

Tem missão mais linda e grandiosa do que essa? Gerar almas para Deus. O Criador quis te dar essa vocação, Ele á escolheu, te quis fazer mulher! Quis que você fosse responsável para povoar o céu e gerar verdadeiros adoradores para Ele.

“Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja. ” (1Jo 4, 23)

Não deixe que essa missão se perca no nosso egoísmo, em nossas vaidades ou nas coisas passageiras desde mundo. Temos pouco tempo para realizar aquilo que Deus quer de nós, Avante! Não podemos parar até que se cumpra a nossa missão.

Vai doer, vai ser sofrido, mas “Amor e Sacrifício é assim intimamente ligado quanto o Sol e a Luz. Não se pode amar sem sofrer e sofrer sem amar.”  Santa Gianna

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Referências:

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1. São João Paulo II. Amor e Responsabilidade. Editora Cultor de Livros, p.253

João Paulo II, Carta Apostólica “Mulieris Dignitatem” (MD), de 15 ago. 1988

Ora e trabalha: comecemos pela oração…

Ora e trabalha: comecemos pela oração…

Lembro-me de um trecho do livro de Santa Catarina de Siena onde dizia que “o Espírito Santo havia lhe ensinado como construir para si mesma uma cela no seu interior”.

Graça que Santa Catarina adquiriu diante de uma realidade não muito comum diante dos grandes Santos Monges e Monjas; Por ter uma família grande, teria que trabalhar muito e ao mesmo tempo, não poderia abandonar a vida de oração, contudo, ela mesma afirmava que estava servindo Jesus Cristo, a Virgem Maria e os Apóstolos.

Os monges por sua vez, vivem uma vida “simples” dividida em algumas dimensões, sendo elas: oração e trabalho. Tanto que o que mais me chamou atenção em um documentário sobre a vida dos Cistercienses [1], era a forma que eles rezavam e trabalhavam, de modo que,  como se cada ato realizado fosse pensado, não era algo apressado, de qualquer jeito, mas totalmente ao contrário, é ordenado, bem vivido e experienciado, tornando o trabalho uma extensão da oração.

Talvez possamos cair na seguinte tentação: “Ora mas eles são monges e nós não, é impossível viver da mesma forma”, talvez você pense isso pelo fato de viver em um mundo agitado, com tantos ruídos, preocupações, afazeres no lar, estudos, trabalho, enfim, “tantos – tantos”, mas o que gostaria de indagar é o que temos feito e como temos feito nosso trabalho? Como que Santa Catarina conseguia fazer as coisas na sua casa, com sua grande família, servi-los, mas permanecer nesta cela interior? Como não desperdiçar esse meio que é o trabalho para nossa santificação pessoal e também salvação das almas? Comecemos, pois pela oração…

De fato, o trabalho deve ser uma via de santificação para nós, um meio eficaz onde podemos exercer muitas virtudes e até mesmo contribuir para a salvação das almas “trabalhar é amar, é servir e é voltar a criar. A construção do mundo, desde a sua origem, foi trabalho de Deus”, entretanto, com a oração.

São Josemaria Escrivá, o santo do cotidiano diz que “como é que serão as tuas obras, se não as meditaste na presença do Senhor, para bem ordena-las? Sem essa conversa com Deus, como hás de acabar com perfeição o trabalho de cada jornada?” se os nossos atos não estão ordenados e muito menos oferecidos para Deus, então de nada adiantará tantos “afazeres”. A oração não só é o elemento fundamental, como também é a base para que saibamos pôr em ordem os nossos atos e sentidos diante de Deus e por meio dela que vamos tendo força para suportar uma dificuldade, saber dispor do que temos para beneficio do outro e para alcançarmos as virtudes que o trabalho nos propõe.

É pedindo pois a Luz do Espírito Santo que vamos vendo onde nosso amor próprio estava, como erva daninha, invés do amor de Deus que é o que fará com daremos bons frutos, dizemos tantas vezes que não temos tempo, quantas vezes temos tempo mas nos  faltava no fundo determinação, uma pequena renuncia, deixar o celular por um instante, por exemplo, ou acordar um pouco mais cedo, ou se organizar melhor, porque sempre temos tempo para navegar nas redes sociais, ouvir nossa musica preferida, responder um amigo, mas nos falta a determinação, a compreensão que a oração é para nossa alma o que o alimento é para o corpo, portanto se não tivermos um momento para orar, por mais singelo que seja, de silencio, de recolhimento, de “meditar na presença de Deus”, nos perdemos, vamos confundindo a importância das coisas e vamos nos deixar ser arrastados e desordenados.

Não é por que somos de vida ativa que não conseguiremos ter vida de oração, pelo contrário, precisamos e muito dessa condição para sermos sal e luz no mundo e ainda mais para alcançamos a santidade, então que possamos ao levantarmos agradecer a Deus pelo dom da vida e ao o anjo da guarda, pois por meio dele, que tivemos nossa vida guardada durante a noite, logo a vida é um dom e por isso devemos pedir a graça de zelar por esse dom e não desperdiçar o dia que nos foi dado. As jaculatórias ao longo do dia podem ser de grande valia, pois são atos espirituais que elevam o coração a Deus, contribuindo com a nossa memória a se lembrar de Deus dentre os afazeres, mesmo sendo eles: no estudo, no seu lar, trabalho etc.

Lembra que perguntei o que e como fazemos nosso trabalho? Pois bem, devemos pela oração pedir misericórdia pelo que não fizemos tão bem (voluntariamente) e oferecer com humildade aquilo que fizemos bem, aqueles minutinhos ou horas, quem sabe, que passamos ociosos na internet, podem ser mais bem aproveitados pela oração pessoal ou lectio divina (leitura orante da palavra); Aos poucos vai aumentando pois a medida com que conhecemos a Deus, mais o amamos, mais queremos amar e só se ama o que se conhece, e é pela oração e leitura da palavra, a participação dos sacramentos, que vamos conhecendo a Deus.

Os santos rezaram muito e os monges seguem os mesmos passos, por que descobriram que é por meio da oração que se une de verdade a Deus; O trabalho e o apostolado que os santos tiveram é então uma extensão dessa vida interior cultivada no silencio, no recolhimento e penitencia, é por isso que se torna uma atividade frutífera, via de santificação, caminho árduo, mas que vale a pena.

Para que saibamos aproveitar bem os meios que Deus na sua providencia nos dispõe para nossa santificação, caminhemos com passos sejam eles curtos ou largos, mas caminhemos sempre lembrando que “nossa melhor arma é a oração… devemos ser almas contemplativas no meio do mundo, que procuram converter o trabalho em oração”.

[1] Minha Biblioteca Católica – Documentário sobre a vida dos Cistercienses.

FONTE: Vida de Santa Catarina de Siena.

Sulco 448 e 497 São Josemaria Escrivá.

Fidelidade, Javier Abad Goméz.