Para ser a mulher que Deus nos criou para ser…

Para ser a mulher que Deus nos criou para ser…

   Foi difícil começar a escrever esse texto, pensei em como escreveria para mulheres, sobre ser mulheres de Deus, sendo que por vezes tenho dificuldade ao viver a feminilidade, explico-me, estamos vendo algo que talvez para alguns seja comum, infelizmente, e para outros não, mulheres tornando-se cada vez mais masculinizadas na forma de agir, a falsa propaganda da mulher ‘forte e independente’, “eu me basto” é o que dizem, muitas mulheres estão sendo criadas para serem tudo menos mulheres, e é tão cansativo ser o que não fomos criadas para ser, é como viver uma farsa, tentando se encaixar num personagem, ou uma peça de quebra cabeça no lugar errado; numa live que assisti foi dito que “a mulher é um campo de batalha”, e é tão verdadeiro pois que a maternidade e a feminilidade estão em constante ataque e com tantas ideologias tantas vezes nos sentimos perdidas e muitas acabam sendo má influenciadas. Por isso precisamos mais do que nunca buscar a Beleza, a Bondade e a Verdade.

  Vendo tudo isso lembrei-me de Santa Gianna, mais especificamente do trecho sobre seu sacrifício, St. Gianna doou sua vida no lugar de sua filha, mas aquele ato foi consumado porque: “ela estava preparada desde jovem, fazendo bem a vontade do Senhor, momento a momento (…) Tomar aquela decisão foi resultado de toda a sua vida anterior” a entrega final de Gianna de optar de salvar a filha no lugar dela só foi ‘possivel’ porque seu amor a Deus foi amadurecido ao longo de sua vida, Gianna soube ser a mulher que Deus criou para que ela fosse porque ao longo de sua vida foi moldando sua vontade a de Deus, ela tinha uma vida séria de oração e cotidianamente era generosa, confiava na providência, enquanto hoje muitos ensinam as mulheres a repelirem o que é próprio do ser mulher: doçura, leveza, beleza, firmeza, descrição, delicadeza, como se isso fosse nos tornar menos inteligentes ou dignas, mal sabem que somente abraçando isso seremos de fato fortes, ser delicada e dócil não é poupar-se, ser mole, e isso podemos ver bem em Gianna, ela era inteligente, não se poupava, se doava pois sua profissão era também sua vocação, além de cuidar fisicamente das pessoas ela cuidava de suas almas, mesmo assim é possível ver em Gianna delicadeza, descrição, doçura, “Gianna era uma mulher serena repleta de alegria”, a forma que ela cuidava e amava seu esposo bem o mostra, Gianna soube ser de fato mulher, mulher de Deus, com grande fé e humildade, e porque soube pela fé unir-se a Deus pode cada vez mais se moldar a vontade d’Ele, assim como nós somos chamadas.

  Somos chamadas a resgatar nossa feminilidade e é essencial vida de oração, lançar o olhar sobre St. Gianna e tantas santas mulheres e também sobre a vida da Virgem Maria, Ela que é modelo por excelência de mulher, de filha e Mãe, buscando imitar suas virtudes podemos resgatar essa feminilidade que sem perceber tem sido arrancada de nós; através de boas leituras; revisando nossa forma de agir, talvez precisemos corrigir algumas palavras ou atitudes; nos mortificar e nos revestir de um sorriso quando não queremos, aceitar ser cuidada e ajudada, por exemplo; exercer mais a amabilidade na forma de falar; lembrando que é ao longo da vida, um dia por vez, como St. Gianna que no cumprimento do seu dever diário, seu sim nas pequenas coisas, fez com que ela pudesse dizer sim em algo tão importante.

  Gostaria de deixar um trecho e convidar a você a parar uns minutos diante da presença de Deus, da Virgem Maria e de St. Gianna a refletir sobre esse trecho, e como de forma concreta pode aplicar em sua vida:

“Gianna viveu a vontade de Deus nas coisas normais que se devem fazer: mesmo os afazeres, o estudo, dar-se aos pobres, a juventude, aos seus filhos, e ao seu marido. Gianna fazia tudo de bom grado e muito serenamente. A santidade consiste em fazer bem o próprio dever.”

 Lembre-se que é ao longo de nossa vida que o amor vai amadurecendo, que sendo fiel nas pequenas coisas, dizendo sim a Deus cotidianamente, confiando na sua providência que vamos nos moldando cada  vez mais a sua vontade. Que paz e alegria será saber que estamos sendo o que fomos criadas desde toda eternidade para ser!

Santa Gianna Beretta Molla, rogai por nós!

FONTE: O Amor Maior, A história de Santa Gianna – Minha Biblioteca Católica

PARA QUE UM DIA POSSAMOS “FLORIR” PARA VIDA

PARA QUE UM DIA POSSAMOS “FLORIR” PARA VIDA

Há uns anos atrás, ganhamos um vaso com violetas com suas folhas bem esverdeadas e com cor viva em suas flores, belíssima. E como gosto de plantas e flores, fui pesquisar um pouco como mantê-la viva e havia descoberto que não se deveria molhar as folhas, pois ficam manchadas com possibilidade de apodrecerem e não podiam ter contato diretamente com os raios solares, mas devem receber luz, não podiam estar expostas a temperaturas altas e que elas podem florescer o ano todo, principalmente no verão. Então me empenhei em cuidar dela, deixava-a dentro de casa, tomava cuidado para seguir as instruções, não molhar as folhas, não regar muito, que também é importante e como é normal na natureza as flores murcharam.

Esperei que ela viesse florir novamente, mas sem sucesso, a violetinha deixou de abrir botões, um ano se passou e nada, sem querer eu molhava as folhas e estás ficavam pobres e feias, o tempo passava e nem sinal de um botão, nem sinal de flor.

Rapidamente me lembrei de Leônia, a violetinha da família Martín, e pensei muito rapidamente, que não à toa a chamavam de violetinha, pensando bem agora, a violeta é modesta, simples e delicada, um tanto difícil de ser mantida e para mim era difícil de vê-la florescer. Vendo que não ia florir, a coloquei do lado de fora de casa, onde ela tomaria sol, chuva, frio e teria sombra, iria deixá-la, ou ela viveria, ou morreria de vez, a princípio a violetinha ficou feia, suas folhas estavam morrendo e de fato parecia que não a veria florir, passado um tempo, eis que surge botões, finalmente iria ver outra flor, depois de tanto tempo… As flores que floriram, entretanto não tão bonita como antes. Tinha “imperfeições”, era tão frágil, mas após essas primeiras flores, as demais que vieram mostraram-se mais bonitas, modestas e simples. As folhas secam, caem, mas outras flores nascem, a violetinha está sempre a florir e o vaso permanece no mesmo lugar, onde está exposta a toda mudança de tempo.

 Ao ver processo da violetinha, não lembrei somente de Leônia, mas da minha própria alma, do processo que temos para chegarmos ao termo de nossas vidas, quando somos batizados e recebemos os sacramentos, temos tudo para “florir”, mas, devido o pecado original, e tantas imperfeições, desordens, e pecados que cometemos nossa intimidade e união com Deus apodrece, murcha e muitas vezes parece que não tem solução, que não vamos conseguir alcançar a santidade; quando recomeçamos, há um caminho árduo, nos deparamos com nossos defeitos, pecados, e más inclinações. Podemos até fazer alguma ação e notar algum amor próprio, por exemplo, as orações, o recolhimento a princípio será difícil, e isso escrevo não para desanimar e sim encorajar, sim, isso mesmo, mas encorajar no que?

Há revestimo-nos com paciência e humildade, mesmo que as primeiras “flores” não sejam perfeitas, sabemos que quando se cultiva uma planta deve ter paciência para esperar seu crescimento até surgir os primeiros botões e então esperar elas florescerem e da mesma forma devemos cultivar a vida interior, pois é preciso perseverança, humildade, e como escrevi, paciência, usar os meios que nos é dado para cultivar intimidade com Deus, para que possamos adquirir virtudes e crescermos na caridade, alguns podem cair no risco de querer fazer tudo pelas próprias forças, e se frustram; nós colaboramos com a graça de Deus, pela busca sincera da santidade, sacramentos, vida de oração, pedindo o dom da fé, mas santidade é um Dom de Deus, Ele que faz crescer as virtudes, é Ele que nos dá graça do seu Amor, é Ele que nos fará santos, os santos que Ele quer que sejamos. Em um trecho da Imitação de Cristo explica muito bem isso: “tudo que temos, na alma e no corpo, todos os bens que possuímos, internos e externos, naturais e sobrenaturais, todos são benefícios Vosso (de Deus), e outras tantas provas de vossa bondade, liberalidade e munificência, que de vós todos os bens recebemos.”

   A família de Leônia a confiou a Deus, Santa Zélia, rezava por sua filha, e Leônia, a violetinha, simples, modesta e humilde floriu, morreu em odor de santidade. Que possamos nos abandonar nas mãos de Deus, busquemos com coração sincero a união com Ele, o cumprimento de sua vontade a cada dia, Ele irá dispor do que for melhor para nossas almas, assim como a violeta que ficou exposta ao sol, frio, sombra, chuva e ventos, confiemos em Deus, se Ele permite alguma provação, ou aflição, ou secura, Ele não nós deixará sucumbir, paremos um momento, e rezemos pedindo a Deus o dom da fé, da perseverança no cumprimento de sua vontade para que por sua graça possamos também um dia “florir” para a Vida Eterna.