Sim, meus irmãos, Ele é Aquele que nos alimenta, mas também é Aquele que tem fome de nossas almas. Afinal de contas, nascemos para Ele e por Ele devemos viver. Quando Jesus tomou o pão nas mãos e o partiu, dando aos seus discípulos (Mateus 26, 26-30), não apenas os deu, mas também nos deu a si mesmo, deu o céu e proporcionou nossa salvação. Jamais Ele nos deixaria sozinhos, jamais nos deixaria naufragar (Marcos 4,35-5,43). Seu amor transborda, seduzindo-nos.
Mas será que Jesus tem fome e sede? Sim, sem dúvidas, mas não do alimento que passa, e sim da alma eterna que há em nós. Ele habita em nosso ser, anseia por essa união que desde o princípio espera nossa resposta, uma resposta de amor. Alimentar a fome de Deus com o nosso Sim é garantir não apenas a nossa salvação, mas sim saciar a fome daquele que nos criou e nos chamou.
Até quando permitiremos que Ele grite em nossos corações? Até quando o deixaremos do lado de fora? Ele bate em nossa porta, pedindo um alimento eterno, nosso coração e nossa alma.
Não deixemos Jesus faminto. Ofereçamos a Ele o que Ele merece, ofereçamos a Ele a nós mesmos. E para nós, o que resta? Somente responder, dizendo: “Sim, Senhor, somente Tu tens Palavras de Vida Eterna, a Palavra que se fez Carne, Alimento, o verdadeiro sustento e eternização de nossa alma.”
Começo o texto querendo realmente aguçar a tua curiosidade, afinal das contas, acredito que você seja realmente um jovem que está à procura de respostas, não é mesmo? Então, refaço a pergunta: o que realmente você precisa?
Obviamente existem necessidades em todas as dimensões e faculdades de nosso ser; já adianto que todo empenho e esforço humano será insuficiente para bem preenchê-las, afinal, o “vazio” que há em nós jamais será preenchido com coisas, momentos ou ações temporais, mas sim em suma as atemporais (em que não há tempo; fora do domínio do tempo; intemporal).
Você talvez esteja pensando: “O que preciso para ser feliz?”. A felicidade, meu caro leitor(a), é uma resposta concreta e satisfatória realizada em nosso ser. É quando encontramos um sentido único e suficiente que nos completa a tal ponto que não há mais nada que possa nos agregar, pois realmente estamos onde devemos estar e vivendo o que realmente devemos viver. Vale acrescentar que o satisfatório não está relacionado diretamente com o prazer ou um tal de bem-estar. Enganados estão os que vivem nessa situação, condicionados a somente acreditar que será feliz a partir desse prazer consentido e freneticamente buscado; onde o prazer e o bem-estar sobrepõem todos os objetivos reais de nosso ser, pois tudo que satisfaz os nossos gostos tende a acabar.
Os dias passam, a rotina parece ser a mesma e tudo que é feito parece desgastante e desmotivador. Essas são as características mais comuns das pessoas que ainda não se encontraram ou que até mesmo perderam-se no caminho. Para encontrar-se e realmente descobrir o que precisa para retornar ao caminho, se faz necessário olhar. Isso mesmo, você deve olhar. Não olhar mais as tuas dores e insatisfações, mas olhar para os detalhes que a vida tem te proporcionado, as verdadeiras alegrias que a vida tem te dado. Ao acordar, mesmo que as manhãs pareçam ser as mesmas, cada manhã é uma nova oportunidade que Deus tem te dado a amanhecer para a vida. Ao levantar-se, mesmo que esteja cansado e com sono, lembre-se: “Deus quer te despertar para uma nova vida, uma nova oportunidade”. Uns dirão: “Mas a vida, a rotina, o toque do despertador, os latidos do cachorro da vizinha, as pessoas do ponto de ônibus, e tudo mais é o mesmo, como posso ver além do que vejo?”. “Sim, você pode ver além do que você vê. Você não foi feito(a) para ser mais um construtor social, ou até mesmo um operador do sistema como muitos acreditam. Você foi criado e planejado por Deus para ser melhor hoje do que foi ontem, para quando olhar para o espelho, ou seja, olhar para si, não enxergar a imagem da insatisfação e do desgosto pessoal, mas sim, enxergar a semelhança que a Divina Sabedoria impôs no mais íntimo do teu ser. Você é um filho(a) amado e querido que Deus pensou, planejou, modelou e amou.
O que o jovem precisa? Ou melhor dizendo, o que todo nós precisamos? É olhar e enxergar além!
Hoje tem se tornado comum dizermos ou agirmos tudo conforme o ambiente, mas não é normal que isso aconteça. Ambiente que nos induz a tomarmos posições não reais, ou seja, viver em uma mentira bem contada e convincente. No caso do tema de hoje, o namoro também não ficou de fora dessa lista de mentiras que a ignorância e o ambiente rebaixaram, fugindo do real sentido e finalidade.
Vale a pena lembrar que a palavra namoro é proveniente de enamorar, que na prática não é senão um “cortejar”, ou seja, um esforço para conseguir inspirar amor ao outro. Tais práticas na realidade eram comuns de serem exercidas até o século 19, beirando o século 20; quando no século passado, com a forte influência de várias ideologias no seio da família, fez-se com que se mudasse as intenções dos jovens entre as famílias, abolindo os conselhos dos antigos, de cujos relacionamentos já duravam anos, por conseguinte, a grande maioria desses influenciados pelo “novo mundo” decidiram ter mais “liberdade”, corrompendo o sentido da sua vocação e fazendo crer na grande mentira que o namoro não é um passo fundamental para ter uma família, mas sim, para uma autossatisfação corpórea e material.
Pois é, até esse ponto quis resumir bem para que pudéssemos entender melhor o que é realmente o namoro, trazendo para dentro de nós um pequeno despertar da matrix que muitas das vezes vivemos e não percebemos.
Entenda, tudo que foi criado por Deus, tem um porquê! Inclusive o tempo de “namoro”; como acabou de ler, o namoro não é para uma autossatisfação corpórea e material, pois seria um grande rebaixamento de sua finalidade, mas sim para você “cortejar” no amor e se aprofundar nesse amor em Deus. O namoro é a fase que te fará pensar melhor sobre si e seu futuro, pois quando se está namorando, se é despertado para diversas realidades, sendo elas os sentimentos que estão dentro de mim, quem realmente sou, os compromissos que posso assumir e união de corações.
Interessante olhar para o namoro não observando as etapas que ele pode nos proporcionar, mas sim, a sua finalidade. Se deixarmos de olhar para a finalidade, perderemos o foco e facilmente tropeçaremos em alguma das etapas propostas, por diversos motivos, como a própria ansiedade. O mesmo aconteceria se quiséssemos construir uma belíssima casa, mas se começássemos pelo telhado. Se não olharmos para a finalidade, não entenderemos que deve ser construída da base, ou seja, primeiras etapas, até as últimas.
Quando citei que se é despertado para diversas realidades e tudo por etapas, dependendo do amadurecimento pessoal e dentre essas a primeira são os “sentimentos que estão dentro de mim”, escrevi para que você entenda que algo novo acontecerá contigo, quando iniciar o namoro ou estiver próximo de iniciar. Seus pensamentos, desejos e sonhos começarão a ser conduzidos para o outro, como se não conseguisse mais pensar em si, somente na outra parte que te falta. Essa realidade, podemos bem defini-la como “amor eros” – um amor romântico e cheio de enobrecimentos. Naturalmente, ao passar do tempo tende a diminuir. O mesmo também poderá te instigar para o contato físico, afetivo e sexual; lembra-te muito bem do que você está lendo, isso não significa que você realmente o(a) ama verdadeiramente, pois estão em uma etapa nova e tudo que é o novo, gera um sentimento de curiosidade e hiper interesse, então, vigiem e rezem; busquem olhar para o outro além dos sentidos externos, tentem aprofundar-se no que realmente é válido e duradouro, contudo, firmes na finalidade real do namoro.
Após um tempo de namoro, é natural que haja ao menos um pouco de amadurecimento e autoconhecimento, fazendo com que muitas máscaras caiam. E quando digo, muitas são muitas mesmo. Nesse momento o outro conhecerá melhor quem você é e você o(a) conhecerá melhor. Os disfarces, teatros e atuações não serão mais aceitos, pois saberá realmente quem está ao seu lado. Como pode acontecer daqueles que diziam ser românticos e simpáticos e que agora revelam os seus reais interesses. Não escrevo isso para os assustarem, mas também para ser franco. O mundo real não é um conto de fadas e muito menos se inicia com um “era uma vez”, mas é uma realidade que a nossa dimensão espiritual deve transcender. Em cada desencontro e queda de máscaras, deve considerar com franqueza os defeitos que você e o outro expôs, no intuito de melhorá-los, pois esse exercício não é senão a primícia em atos de um novo amor que nascerá – amor philia, que poderá perdurar em seu matrimônio.
Amadurecidos e contentes em saber que estão dispostos a melhorar pelo bem comum, surge no coração o desejo de decidirem mais firmemente um para o outro. Veja bem, a realidade do namoro (quando bem vivida e observada com propósito), te impulsiona à verdade, e contemplá-la te liberta, tornando-os verdadeiramente livres. Pode até acontecer de vocês sentirem um esfriamento, pois arrefeceu a paixão e o amor que foi construído se solidificou na decisão conjunta. E eis o momento de fazer com que a finalidade última do namoro aconteça: Terminar.
Sim, exatamente o que você leu. O namoro, o cortejo – esforço de conquista, deve terminar. A conquista deve chegar, e eis o momento que após entenderem que a disposição dos corações sobrepõe a qualquer limitação humana tendo em vista o cumprimento da vocação; por isso deve-se terminar.
Quando chegarem nessa etapa do namoro, que muitos por aí dizem que se adquire somente no noivado, na realidade o noivado não deveria ser momento para esse amadurecimento, mas sim para os preparativos finais, para esse cumprimento da finalidade última do namoro, fazendo com que as disposições naturais e espirituais se ofertem gratuitamente em prol de uma união sonhada por Deus.
Possivelmente você já sofreu ou passou por algo difícil na sua vida. Pode até ser que você não soube lidar com essa dificuldade ou não o aproveitou para se tornar uma pessoa melhor, pelo contrário deixou que ele fosse o centro da sua vida. Ou pode ser que você lidou com o sofrimento ignorando-o, pois não é porque ele existe que vamos deixar de cumprir as nossas responsabilidades. (e isso é até bom).
Mas acontece que o sofrimento é algo muito grandioso para apenas ser deixado de lado e não ligarmos para ele, pois o mundo ganhou uma nova luz: Jesus Cristo. Com ele veio uma nova percepção sobre a dor: Olhar para o sofrimento com amor.
Essa nova visão sobre o sofrimento muda tudo, pois ao contemplá-lo amorosamente vemos o tesouro que há escondido nele e assim podemos crescer espiritualmente. Você deve estar pensando “escrever é fácil, quero ver passar pelo que estou passando”. Realmente, nunca saberemos com exatidão a dor do outro e nunca saberemos se vamos conseguir enfrentá-lo como deveríamos.
Mas aí é que está ponto. Para acolhermos e não apenas suportar a nossas dores, sempre contamos com a Graça de Deus. Nunca em hipótese alguma carregamos um fardo sozinhos por mais que esteja pesado, Jesus Cristo o carregou por nós na sua peregrinação ao Calvário.
Devemos olhar para as coisas eternas, que não passam, só assim conseguiremos encontrar o tesouro escondido nas adversidades. Cristo é quem derramou e ainda derrama todo o seu amor em nossos corações. Apesar de as vezes o nosso barco estar em alto mar em meio a uma grande tempestade e parecer que a nossa embarcação irá afundar, saiba que se Jesus está contigo você jamais irá naufragar.
Romanos 8,18
Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada.
“Numa toca no chão vivia um hobbit.” É assim que começa uma das maiores aventuras de Bilbo Bolseiro um dos grandes personagens criados por J.R.R. Tolkien. Bilbo é aquela pessoa que gosta de conforto e acha que o melhor lugar para se estar é no aconchego de sua casa, afinal quem iria trocar uma lareira quentinha, ou um chá da tarde delicioso por qualquer outra coisa ou lugar? Ele também era muito bem de vida, mas o que chamava mais atenção nele era porque nunca participava de aventuras e não fazia nada de inesperado. Até que então ele é chamado a sair do conforto do seu lar para uma grande aventura. “e se descobriu fazendo e dizendo coisas de todo inesperadas”. ¹
Não vamos contar a história desse pequeno hobbit pois Tolkien conta mil vezes melhor, mas falaremos o que o Bilbo nos pode ensinar no seu importante itinerário. Assim como o hobbit muitas vezes somos apegados as coisas, a lugares e pessoas que nos impedem de vivermos uma grande história. Temos medos, inseguranças e até mesmo preguiça, pois quem em são consciência trocaria algo que se aparente seguro e confortável por algo que é incerto e trabalhoso? Bilbo quando é chamado por Galdalf para uma jornada inesperada diz para o mago:
“Coisas desagradáveis, perturbadoras e desconfortáveis! Fazem o sujeito se atrasar para o jantar!” ²
Assim somos nós quando Deus nos chama e nos pede para lagar tudo; a nossa preguiça, a nossa ira, vaidade, a “falta de tempo” e várias outras coisas que você sabe muito bem do que se trata, pois a gente sempre sabe onde calo aperta. Ficamos pensando na dor da perda do nosso precioso “jantar” e não damos passos para o que Deus está nos chamando.
“Então alguma coisa típica dos Tucks despertou dentro de bilbo, e ele desejou partir, e ver as grande montanhas e ouvir os pinheiros e as quedas-‘àgua, e explorar as cavernas, e usar uma espada em vez de um bastão de caminhada[…]. Estremeceu; e, maias do que depressa, voltou a ser o simples Sr. Bolseiro de Bolsão Soto-Monte, outra vez.”³
Existe aí dentro de você uma Graça que te chama a se lançar para enfrentar os seus medos e dificuldades, essa Graça só está esperando você dar um passo para que Ela possa fazer o resto, para que Ela possa fazer você derrotar dragões. Seja generoso e no final verá que o esforço que você fez não foi praticamente nada pois Ele fez tudo por você.
Muitas vezes titubeamos ficamos abalados e querermos calcular se iremos sair ganhando ou perdendo, mas acontece que esquecemos que quem ama não sabe calcular, pois sempre quer dar mais. Então não se poupe, porque se poupar é se perder. De tudo de si o máximo que puder e avante.
”Contudo, seja qual for o grau a que chegamos, o que importa é prosseguir decididamente.” Fl 3,16
“Até o fim de seus dias, Bilbo nunca conseguiu recordar como foi parar lá fora, sem um chapéu, um bastão de caminhada, nem dinheiro algum, nem nada do que costumava levar quando saía; deixando seu segundo desjejum pela metade e sem lavar os pratos. [..] E descobriu que tinha vindo sem um lenço de bolso! [..].
“Peço mil desculpas” disse Bilbo, “mas vim sem meu chapéu, e deixei o meu lenço de bolso para trás, e não tenho dinheiro nenhum.
“Não seja preciso” disse Dwalin, “e não se preocupe! Você vai ter de se virar sem lenços de bolso, e sem muitas outras coisas, antes de chegar ao fim da jornada”4
Pensou Bilbo [..]“Queria estar em casa, na minha toca gostosa, ao lado do fogo, com a chaleira começando a cantar!”5
Em uma determinada parte do caminho talvez pelas fadigas e cansaço pensamos em olhar para trás e ver o que “perdemos”, um sofá quentinho para assistir aquele seu filme predileto, ou aquelas horas vagas que você passava no celular bobeando sem fazer nada. Não sejamos como a mulher de Ló que olhou para trás, não devemos nos apegar as coisas deste mundo passageiro, fixamos o nosso olhar nas coisas eternas que não se acabam.
Olhar para as montanhas de uma toca no chão parece realmente muito alto e chega até parecer inalcançável pois o caminho é longo, árduo e muitas vezes iremos enxergar só uma subida íngreme. Mas se olharmos para os passos que podemos dar hoje com certeza já será uma distância menor a se percorrer e quando já estivermos cansados e abatidos fixe o seu olhar no topo e veja que a recompensa está lá.
Para trilhar o caminho de santidade é necessário esforço e decisão e principalmente ver que é Deus quem nos conduz a cada passo, então perceberemos que já não somos mais aquela pessoa que tinha medo de dar vôos mais altos, pelo contrário voaremos como águia.
“Gandalf olhou para ele. “Meu caro Bilbo!”, disse. “ Alguma coisa aconteceu com você! Não é mais o hobbit que um dia foi.”6
Referências:
J. R. R. Tolkien, O Hobbit– capítulo 1 pág. 28. Editora Harper Collins
J. R. R. Tolkien, O Hobbit– capítulo 1 – pág. 30. Editora Harper Collins
J. R. R. Tolkien, O Hobbit– capítulo 1- pág. 41. Editora Harper Collins
J. R. R. Tolkien, O Hobbit– capítulo 2 – pág. 55. Editora Harper Collins
J. R. R. Tolkien, O Hobbit– capítulo 2 – pág. 57. Editora Harper Collins
J. R. R. Tolkien, O Hobbit– capítulo 19 – pág. 320. Editora Harper Collins
Em um dos maiores clássicos da história – Inferno de Dante, o autor apresenta no capítulo XI uma narrativa que nos permitirá avançar na Santidade. Para aqueles que não sabem, Dante Alighieri, italiano (século 13), não escreveu uma “trilogia” de contos com verdades teológicas, com referência a mitologia grega e romana como muitos por aí a tentam definir, mas escreveu um dos maiores clássicos literários da história que tem contribuído com a fé de todos aqueles que o leem.
No capítulo acima citado, em um dos tercetos o autor escreve: “Será que tu já esqueceste o que diz a tua Ética – respondeu –, quando ela explica em detalhes, as três coisas que ao céu mais desagradam: incontinência, malícia e bestialidade? A culpa por ter pecado por causa de incontinência ofende menos a Deus. Se você lembrar com cuidado essa doutrina, entenderá por que aqueles lá de cima foram separados destes maliciosos aqui em baixo.”
Interessante saber que no “Inferno de Dante” existem vários círculos, que são basicamente “níveis de condenações” pelos pecados cometidos. Diria que quanto maior o círculo, ou o mais profundo, maiores dores sofrerá. E Dante diz algo que muito pode mexer com você nesse exato momento.
Nesse texto que expus, ele escreve: “A culpa por ter pecado por causa da incontinência ofende menos a Deus”. Óbvio, que ofender menos a Deus não é agradá-lo, então aqueles que são condenados por algum pecado de incontinência, como: Luxúria, Gula, Avareza, sofrerão menos que aqueles que são condenados por: Ira, Heresia, Violência, Fraude e Traição. Agora a chave em questão é: Por que esses sofrerão mais, enquanto aqueles menos?
Em “tua Ética” → Livro base aristotélico que Dante e Virgílio tinham conhecimento, se expõe que: Deve ser observado que há três aspectos das coisas que devem ser evitados nos modos: a malícia, a incontinência e a bestialidade.” A alma incontinente tem culpa, mas a culpa é menos grave que o dolo, a vontade de pecar. Esta vontade, quando surge de ocasião, como manifestação da natureza animal é ainda menos grave que aquele pecado que é cometido de forma arquitetada, premeditada, usando a inteligência própria do ser humano a serviço do mal. Ou seja, caro leitor. Os pecados que muitas das vezes arquitetamos, e que de forma consciente cometemos, nesse inferno de Dante há de ser causa das maiores dores que poderemos ter.
Diria que nesse aspecto mesmo não sendo verdade teológica, há de nos induzir a desejar o Paraíso. Diria que, mesmo após a leitura desse fantástico clássico, e tendo consciência que talvez não seja verdade, nos acomete a sã consciência a desejar fugir do desconhecido inferno que Satanás tem projetado para nós.
Finalizo esse texto refletivo e que tem por pura intenção te levar a Deus, com uma frase de um Santo que nasceu alguns séculos depois que o autor.
“A batalha contra o pecado é a única batalha na qual vence aquele que foge”. São Felipe Neri.