por Luiz Davi | ago 6, 2021 | ORA ET LABORA
ℕa movimentação de nossa rotina de trabalho ou da nossa rotina cotidiana, podemos ser pegos pela seguinte pergunta: é possível rezar durante o trabalho? Dá para rezar estando no ônibus indo trabalhar, por exemplo, ou enquanto se faz trabalhos domésticos?
Existem dois momentos diferentes quando se trata da oração. É possível rezar dedicando-se integralmente à oração e é possível rezar dedicando-se parcialmente à oração. Nada nos impede de rezarmos enquanto trabalhamos, porque podemos rezar sempre. À essa oração se dá o nome de oração informal. Porém, sabemos que nós também podemos rezar em um momento somente de oração. À essa oração se dá o nome de oração formal.
Devemos saber que, se a atividade principal de um momento determinado for rezar, deve-se parar tudo para rezar, cessar de fazer outras coisas. Mas se a atividade principal de um momento determinado for trabalhar, é possível trabalhar e rezar, como por exemplo rezar o terço com um vídeo do YouTube enquanto se faz as lidas da casa.
Em Lc 18, 1, Nosso Senhor propõe a parábola da viúva perseverante para nos mostrar que “é necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo”, e São Paulo também nos diz em 1Ts 5, 17: “orai sem cessar”. Portanto, devemos estar na presença de Deus o tempo todo, o tempo todo estar com Deus.
Entretanto, apesar do “orai sem cessar”, precisamos ter momentos específicos para rezar, e nesses momentos, tudo para. É nesse momento que devemos derramar a nossa alma diante de Deus: por isso o momento de pausa é importante. A oração formal é a ocasião para fazer a oblação do tempo a Deus, oferecendo-Lhe uma parte do nosso dia. É dizer a Deus: “este tempo é teu, e só teu”. Podemos ficar impressionados depois de uma ligação com um amigo: “nossa, deu 50 minutos”, mas para o Senhor, não podemos dizer indefinidamente: “Jesus, estou com certa pressa e por isso vou ser rápido”.
Posso levar a oração para o restante do meu dia através da oração informal, podendo assim viver na presença de Deus e orar sem cessar, santificando o meu dia.
Referência: POSSO REZAR enquanto trabalho? Canal Padre Paulo Ricardo. [S.l.] Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=bjGEm2KDN5g>. Acesso em: 28 jul. 2021.
por Jaqueline Oliveira | jul 23, 2021 | ORA ET LABORA
Há uns anos atrás, ganhamos um vaso com violetas com suas folhas bem esverdeadas e com cor viva em suas flores, belíssima. E como gosto de plantas e flores, fui pesquisar um pouco como mantê-la viva e havia descoberto que não se deveria molhar as folhas, pois ficam manchadas com possibilidade de apodrecerem e não podiam ter contato diretamente com os raios solares, mas devem receber luz, não podiam estar expostas a temperaturas altas e que elas podem florescer o ano todo, principalmente no verão. Então me empenhei em cuidar dela, deixava-a dentro de casa, tomava cuidado para seguir as instruções, não molhar as folhas, não regar muito, que também é importante e como é normal na natureza as flores murcharam.
Esperei que ela viesse florir novamente, mas sem sucesso, a violetinha deixou de abrir botões, um ano se passou e nada, sem querer eu molhava as folhas e estás ficavam pobres e feias, o tempo passava e nem sinal de um botão, nem sinal de flor.
Rapidamente me lembrei de Leônia, a violetinha da família Martín, e pensei muito rapidamente, que não à toa a chamavam de violetinha, pensando bem agora, a violeta é modesta, simples e delicada, um tanto difícil de ser mantida e para mim era difícil de vê-la florescer. Vendo que não ia florir, a coloquei do lado de fora de casa, onde ela tomaria sol, chuva, frio e teria sombra, iria deixá-la, ou ela viveria, ou morreria de vez, a princípio a violetinha ficou feia, suas folhas estavam morrendo e de fato parecia que não a veria florir, passado um tempo, eis que surge botões, finalmente iria ver outra flor, depois de tanto tempo… As flores que floriram, entretanto não tão bonita como antes. Tinha “imperfeições”, era tão frágil, mas após essas primeiras flores, as demais que vieram mostraram-se mais bonitas, modestas e simples. As folhas secam, caem, mas outras flores nascem, a violetinha está sempre a florir e o vaso permanece no mesmo lugar, onde está exposta a toda mudança de tempo.
Ao ver processo da violetinha, não lembrei somente de Leônia, mas da minha própria alma, do processo que temos para chegarmos ao termo de nossas vidas, quando somos batizados e recebemos os sacramentos, temos tudo para “florir”, mas, devido o pecado original, e tantas imperfeições, desordens, e pecados que cometemos nossa intimidade e união com Deus apodrece, murcha e muitas vezes parece que não tem solução, que não vamos conseguir alcançar a santidade; quando recomeçamos, há um caminho árduo, nos deparamos com nossos defeitos, pecados, e más inclinações. Podemos até fazer alguma ação e notar algum amor próprio, por exemplo, as orações, o recolhimento a princípio será difícil, e isso escrevo não para desanimar e sim encorajar, sim, isso mesmo, mas encorajar no que?
Há revestimo-nos com paciência e humildade, mesmo que as primeiras “flores” não sejam perfeitas, sabemos que quando se cultiva uma planta deve ter paciência para esperar seu crescimento até surgir os primeiros botões e então esperar elas florescerem e da mesma forma devemos cultivar a vida interior, pois é preciso perseverança, humildade, e como escrevi, paciência, usar os meios que nos é dado para cultivar intimidade com Deus, para que possamos adquirir virtudes e crescermos na caridade, alguns podem cair no risco de querer fazer tudo pelas próprias forças, e se frustram; nós colaboramos com a graça de Deus, pela busca sincera da santidade, sacramentos, vida de oração, pedindo o dom da fé, mas santidade é um Dom de Deus, Ele que faz crescer as virtudes, é Ele que nos dá graça do seu Amor, é Ele que nos fará santos, os santos que Ele quer que sejamos. Em um trecho da Imitação de Cristo explica muito bem isso: “tudo que temos, na alma e no corpo, todos os bens que possuímos, internos e externos, naturais e sobrenaturais, todos são benefícios Vosso (de Deus), e outras tantas provas de vossa bondade, liberalidade e munificência, que de vós todos os bens recebemos.”
A família de Leônia a confiou a Deus, Santa Zélia, rezava por sua filha, e Leônia, a violetinha, simples, modesta e humilde floriu, morreu em odor de santidade. Que possamos nos abandonar nas mãos de Deus, busquemos com coração sincero a união com Ele, o cumprimento de sua vontade a cada dia, Ele irá dispor do que for melhor para nossas almas, assim como a violeta que ficou exposta ao sol, frio, sombra, chuva e ventos, confiemos em Deus, se Ele permite alguma provação, ou aflição, ou secura, Ele não nós deixará sucumbir, paremos um momento, e rezemos pedindo a Deus o dom da fé, da perseverança no cumprimento de sua vontade para que por sua graça possamos também um dia “florir” para a Vida Eterna.